segunda-feira, 8 de junho de 2009

Cotas para quem?

A educação como solução para os problemas do país virou a nova panacéia brasileira. A salvação do país, o marco necessário para colocarmos os pés no chamado primeiro mundo. Porém, tirando os discursos, já que essa questão é unânime em todo o espectro político – não esquecendo o fato de que nenhuma pessoa sensata desconhece a importância capital da educação – pouco se tem feito.
O investimento sério em educação e, educação de base, é efetivamente a melhor forma de redução das desigualdades econômicas deste país. Isso implica uma atenção maior do que tem sido dada ao tema, a educação pública de base.
Não se pode tratar tal tema como panacéia e criar micro-bandeiras dentro da bandeira principal apenas para rechear discursos eleitorais. É, infelizmente o caso do sistema de cotas raciais que já se esta transformando em cotas para mulheres, índios e outras minorias. A mulher é minoria neste país?
Como resolver um problema de séculos de segregação forçada e mal-disfarçada, separando pessoas? O tema raça foi colocado no limbo com o fim da Segunda Guerra, o sonho de Martin Luther King nos Estados Unidos e o de Mandela na África do Sul para não falar dos estudos genéticos. No Brasil o colocamos como fator de ascensão universitária antipatizando brancos a negros como se um estivesse tomando o lugar do outro que não seja pelo critério do mérito. Colocamos a raça como escolha e não a identidade de nação com toda a sua diversidade.
Nunca a miséria da escravidão será redimida, será necessário pedir desculpas pela eternidade. E, se o sistema de cotas se faz necessário, vamos para o lugar certo. A escola pública. Lá estão os negros pobres que precisam de políticas compensatórias – ou afirmativas com se diz nos estados unidos – os brancos pobres, as mulheres pobres, os índios pobres e os filhos e netos de aposentados que passaram a vida toda ajudando a construir o país e são homenageados na velhice com aposentadorias miseráveis e filas dantescas do INSS que vem seus sonhos indo embora e nem podem contribuir como desejam para os sonhos dos seus descendentes.
O sistema de cotas não pode ser uma panacéia, mas uma política séria que implica, antes de tudo, fortalecimento da escola pública, da carreira de professor, educação integral e uma harmonização profunda entre os vários programas sociais para que não sejam apenas instrumentos messiânicos de exploração eleitoral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário