Nosso trânsito é caótico. Não há debate que mude este fato. Crescimento urbano desenfreado e sem planejamento já é quase lugar comum nas grandes capitais do Brasil. Desde crescimento natural da população até o êxodo que não terminar esvaziando as cidades interioranas devido a pouca perspectiva para os mais jovens em termos de educação e emprego. Além, claro, de oportunidades de lazer, que as grandes cidades são pródigas em ofertar. Acompanhando o aumento da população, e seu conseqüente aumento da área urbanizada – não apenas moradias, mas tudo que cresce com a demanda provocada pelo aumento populacional, mais prédios, restaurantes, hotéis, bares, etc. E o espaço vai se apertando.
Houve
uma época em que possuir carro era símbolo de status, mas todos são unânimes em
afirmar que não é mais um luxo e sim uma necessidade. Afinal, o sistema de
transporte público, apesar de todo dinheiro que se tira deste mesmo público,
deixa de muito a desejar. Quem pode, se afasta dele. Mas, e se eu não posso
comprar um carro, que com o atual sistema de crédito esta cada vez mais fácil –
registre-se, falei comprar não pagar, que ai já é uma outra história – busca a
alternativa das motos. Mais baratas e fáceis de manobrar, veloz no asfalto ou
em estradas mais acidentadas. Manutenção mais em conta do que um automóvel
consome menos gasolina e com o detalhe de ser mais fácil de estacionar, coisa
dificílima em nossas grandes cidades. Até aqui acho que me sai bem na escrita,
acredito que o que registrei não é estranho para ninguém. Acredito também que a
maioria das pessoas não suporta a forma como os motoqueiros se comportam no
trânsito. Primeiro, estacionam em qualquer lugar, mesmo os não autorizados.
Segundo andam em uma velocidade além do normal, sem respeitar pedestres.
Terceiro, atravessam sinal vermelho, andam na contramão, andam no trânsito um
ao lado do outro em bate-papo, arranham carros alheios, se consideram os donos
da estrada. Resultado: os acidentes com motoqueiros se tornaram epidêmicos, não
apenas no Brasil, mas em quase todo o mundo. Claro, sabemos que existem os
motoqueiros conscientes, educados e respeitadores das leis do trânsito e da
civilidade. Mas estes parecem que são as exceções.