O marco necessário de qualquer
movimento tem que ser a democracia como valor universal! Repudiar os partidos
não vai melhorar a democracia, participação sim!
Não há monstro! Mas também não é
um MOVIMENTO, no sentido sociológico. Existe sim uma raiva, uma insatisfação,
um abuso contra tudo que esta ai. Se as pessoas esperam mudanças concretas com
atos de rua, se enganaram, porque não existe uma pauta orientada, mas como
disse, uma soma de todas as insatisfações. Quem esta no movimento há muito
tempo, compreenderá fácil o que digo. E deixo registrado: a herança de todas
essa ações será:
(1) essa meninada que estava apática em casa,
começar a mobilizar a escola, comunidade, associações de moradores, igreja, etc
para mudar seu cotidiano, coisa que não fazem;
(2) os governantes, não importa a
cor partidária, mudarem sua postura em relação ao povo e mudarem sua pauta de
poder voltada para uma elite com a cabeça no exterior e passarem a temer a
vontade popular.
Insatisfação generalizada de uma
parcela da população com os rumos conservadores e retrógrados de nossos
governantes que faz concessões excessivas à parcela atrasada de nossa elite
para poder governar. Não há um projeto, mas uma insatisfação geral, uma raiva
de a muito alimentada.
Mas é óbvio que tudo isso pode
levar a algo bem maior. Vi discursos inflamados e diria obtusos contra a
política. Como, se você esta fazendo política enquanto se manifesta. Talvez não
esteja satisfeito com o atual quadro partidário. A democracia representativa
parece não representar os canais necessários para atender as reais demandas da
sociedade. Mas, CUIDADO. Esse discurso contra os partidos, “políticos” foi muito
usado por Hitler, Mussolini e quem lembra? O mais político não-político da
história recente do Brasil: Fernando Collor.
Vi analistas falando que foi um
levante da parte mais intelectualizada da sociedade dentro da classe média, o
que discordo. A classe média quando se articula, o faz em pautas bem
especificas, apesar de o caldo de cultura ser guiado por questões morais, como
hoje, o absurdo da corrupção. O ruim é que a classe média pode se mover
rapidamente para a direita do processo político.
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