quinta-feira, 29 de maio de 2008

Flores


Me tornei o mais vil assassino
Para mostrar meus sentimentos
Haverá no futuro um lugar para mim
Na mais fria prisão?

Matei! Com maior frieza de espírito que qualquer carrasco
Cobri meu rosto com o véu negro dos meus sentimentos
E matei!

Correndo, deslizando, lúgubre de sangue
Pela noite cúmplice de meus atos

Não podia ver sangue naquele momento
Insano, a não ser meus desejos
A fria lâmina em minhas mãos
Desfechando golpes mortais no ser
Inocente, dote que iria ser,
De meus pobres sentimentos

O aço trabalhou eficiente aquela noite
Nenhum golpe foi desperdiçado
Nenhuma vítima escapou

Uma, duas, três e tantas mais...
Não parei a noite inteira de cumprir
Meu desígnio assassino

Enfim, exausto, paro e contemplo
Minhas vítimas, culpadas apenas
De estarem a minha frente
No caminho de meus desejos

Pobres flores, interrompidas
Em seu ciclo vital para enfeitar
Temporariamente, a sala de alguém...