sábado, 23 de maio de 2009

FRAGMENTOS

Não sou o poeta que vai morrer bêbado,

Cheirar as flores adubadas com a sujeira do mundo.

De mim mesmo só quero a tristeza

Para enterrar a alegria com honras e lamentos.

Do abismo mais profundo quero saldar a imortalidade

Beber meu sangue como vinho abençoado,

Guardando as últimas forças para

Exaltar meus limites:

“Que o sol não brilhe amanhã,

Que a noite nunca se acabe para nós”

Quando o Deus que me sustenta morrer !

A tristeza cobrirá meu rosto, por me ver

Liberto desta fantasia.

Não sei mais quem sou, pois não há

Mais ninguém para dizer o que realmente fui.

A luz cega meus olhos, pois nasci na escuridão.

Não ouso olhar no espelho,

Pois o que vejo me da pena.

Preciso nascer de novo

Pois hoje não consigo viver.

Da vida, levo apenas a vida,

E do sonho, meu pesadelo !


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